Já imaginou tornar o trabalho em campo mais preciso, produtivo e inteligente? Essa é a premissa da Agricultura de Precisão, que vem dominando o agronegócio desde meados da década de 90.
E não é à toa, diversos estudos provam em números os resultados dessa tecnologia: aumento de produção em até 67% e redução uso de insumos em até 50%.
Dentro do agronegócio, esse modelo de plantio é a bola da vez. Hoje, vamos detalhar o que é a Agricultura de Precisão (AP) e como, é claro, os drones trazem soluções mais inteligentes nesse novo processo produtivo.
O que é Agricultura de Precisão?
Se antes a imagem que vinha à nossa cabeça quanto à agricultura era das máquinas rasgando o solo para plantar sementes, o uso excessivo de fertilizantes e pouca proteção com o solo, hoje a história é outra.
Isso porque a AP emerge como um conjunto de ferramentas e tecnologias que ajudam o proprietário a conhecer melhor o terreno, tendo como referencial aumentar o retorno econômico e reduzir o impacto ambiental. Essa nova forma de agricultura alia equipamentos, principalmente eletrônicos, a máquinas agrícolas e sistemas de informação geográfica.
Portanto, a Agricultura de Precisão conta com o apoio de Inteligência Artificial, análise de dados por meio de Big Data, geolocalização, automação e robótica para fazer uma análise mais apurada e eficiente acerca do terreno, facilitando a identificação da situação do solo.
Ortomosaico gerado automaticamente gerado no software Mappa.
Quais são as vantagens da agricultura de precisão?
Por envolver sistemas inteligentes para realizar os procedimentos, a AP tem à sua disposição uma gama de vantagens, como:
- irrigação de precisão, otimizando o uso da água nas lavouras;
- mapeamento em tempo real das condições de plantio,
- melhor controle de pragas;
- redução de custos de produção;
- tomada de decisão mais rápida e certeira;
- melhor controle de todas as fases de produção agrícola pelo uso de sistemas informatizados de alto desempenho.
E agora você nos pergunta: e há desvantagens? A resposta é “sim”.
- Alto investimento inicial;
- Complexidade de alguns softwares.
Mas o que isso quer, de fato, dizer? Comparado ao lado bom de usar esse tipo de agricultura, as desvantagens são fáceis de serem solucionadas, já que o retorno sobre o investimento da AP é rápido e atualmente já existem softwares mais intuitivos.
Como a Agricultura de Precisão pode ser utilizada?
Já tendo em mente que a Agricultura de Precisão traz dados precisos quanto aos mapeamentos e levantamentos de informação, listamos abaixo em quais processos esse método pode ser aplicado no campo:
- mapas de infestação de insetos para pulverização;
- mapas de irrigação;
- semeadura a taxa variável;
- mapas de solo para aplicação de fertilizantes;
- criação de unidades de gestão diferenciadas;
- levantamento de áreas degradadas;
- quantificação de biomassa das lavouras;
- estimativas de produtividade;
- automação de máquinas e processos.
Além dessas aplicações, você consegue fazer aplicação de insumos à taxa variável utilizando a AP, ativando sistemas de posicionamento global, como o GPS. Os insumos que podem ser aplicados em doses variadas podem ser:
- sementes;
- herbicidas;
- princípio ativo;
- macro e micronutrientes;
- agentes biológicos;
- água (irrigação).
Como a agricultura de precisão funciona na prática?
A AP tem sido utilizada em grande escala aqui no Brasil em plantios de milho, soja, café, cana e feijão, além da fruticultura. Esse modelo começou a ser implementado nos anos 1990 e, de lá pra cá, muita coisa mudou.
Embora as soluções mais usadas para a Agricultura de Precisão ainda consistam na aplicação de fertilizantes, ela também pode ser uma opção para outras partes do plantio, como a colheita e pulverização.
É bom ter isso em mente porque a AP é um sistema de gerenciamento agrícola integral, que considera a variabilidade espacial e temporal de cada área agrícola. Sendo assim, podemos afirmar que produtividade, análise do solo, controle de pragas e gestão de máquinas são outros aspectos da lavoura no quais a AP trabalha.
Outro ponto positivo desse método é que não importa o tamanho do produtor – pequeno, médio ou grande -, ele vai trabalhar com as ferramentas e ter o melhor proveito possível. Afinal, contar com uma maior quantidade de informações garante diagnósticos mais assertivos acerca das lavouras analisadas, sem falar sobre a minimização dos impactos ambientais.
A equação proposta pela AP é simples: com a aplicação de insumos na hora certa, no local adequado e na quantidade correta, o aumento da produtividade e sustentabilidade é certo!
Mas como a Agricultura de Precisão é feita?
Coleta de Dados
Nessa etapa, os drones são seus melhores amigos porque eles vão ajudar você a identificar as características das áreas produtivas – isso quer dizer solo, relevo, ervas daninhas e pragas, por exemplo.
Para fazer uma coleta de dados com precisão, indicamos o mapeamento com drones, que possibilita uma maior visibilidade e precisão. Além disso, o uso de drones otimiza o tempo de trabalho, reduzindo em até 4x a minutagem gasta em métodos convencionais.
Aliás, as aeronaves e o processamento de imagens também são capazes de fornecer diversos tipos de mapas que irão auxiliar na análise da saúde da lavoura.
Confira o porquê de fazer mapeamento com drones aqui.
Planejamento do Gerenciamento
Como falamos acima, o processamento de imagens, feito por um software adequado, oferece os materiais necessários para avaliar a variabilidade e os fatores de produção e propor melhores estratégias de gerenciamento do plantio.
Aqui, é necessário ter bons mapas de aplicação de insumos, que, por sua vez, são produzidos a partir do processamento de imagens e dos índices de vegetação.
Utilizando o software Mappa, é possível gerar os índices IFV e VARI, produtos de um mapeamento realizado com a câmera RGB. Já para processamentos com câmeras multiespectrais, são gerados os índices NDVI e NDRE. Cada um apresenta uma finalidade e funcionalidade diferentes.
Em linhas gerais, os índices de vegetação são modelos que avaliam e caracterizam a cobertura vegetal em uma determinada área. Assim, poderemos ter um diagnóstico mais detalhado da lavoura.
Relatório criado através do Índice Foliar Verde (IFV) gerado automaticamente no software Mappa.
Aplicação localizada de insumos
Por fim, esta é a última etapa e ela consiste na aplicação automática e controlada de insumos nas áreas agrícolas, levando em consideração os dados e avaliações das etapas anteriores.
Quais são os equipamentos utilizados?
Falamos muito sobre as tecnologias que permitem à Agricultura de Precisão ser um método que fornece dados próximos da realidade e analisa a propriedade.
Abaixo, elencamos as principais ferramentas:
GPS
O Sistema de Posicionamento Global (GPS, em inglês) é responsável por relacionar dados de latitude e longitude às subdivisões da propriedade agrícola. A partir dessas informações, é possível viabilizar a intervenção necessária para sanar algum problema.
GIS
O Sistema de Informação Geográfica (GIS, na sigla em inglês) é um software para dados geográficos. Por meio da ferramenta, é possível decodificar informações geográficas em gráficos, além de integrá-las com diferentes bases de dados ou visualizá-las nos mapas da propriedade.
Técnica de taxas variáveis
A técnica de taxas variáveis diz respeito à análise de dados apurados por meio dos mapas de produtividade. Assim, é possível regular a aplicação de adubos, sementes e corretivos, conforme a necessidade do solo.
Sistema de mapeamento de colheita
Colabora para a geração de dados sobre a produtividade da lavoura, por meio do armazenamento de informações mapeadas durante a colheita.
Drones
São eles os responsáveis por coletar os dados visuais e de geolocalização da área de interesse.
Sensores de solo
Como o nome sugere, os sensores de solo são responsáveis por fornecer dados sobre a composição, presença de nitrogênio, compactação e salinidade do terreno.
Processamento de imagens
Essa tecnologia é fundamental para transformar as imagens e os dados de geolocalização em diferentes mapas, desde ortomosaico a índices de vegetação, dependendo da sua necessidade.
E se você quer realizar cada um destes itens de forma ágil e precisa, é preciso contar com um software de processamento de imagens online, assim como a Mappa. Com ele, é possível gerar todos os mapas que você precisa em apenas 10 cliques.
Imagens de drone ou de satélites: qual usar?
As imagens de satélite foram a primeira forma de ver a lavoura de cima. No entanto, esta tecnologia rapidamente se tornou defasada, já que as imagens geradas através deste método carecem de nitidez e geolocalização.
O mapeamento com drones surge como uma forma de suprir os pontos fracos do uso de imagens de satélite falados acima, uma vez que eles entregam qualidade de imagem, agilidade e dados georrefertenciados ao realizar o serviço.
Se você busca dados mais precisos, maior autonomia para trabalhar, capacidade de identificar pontos críticos in loco e acompanhar o desenvolvimento do plantio mais frequentemente – os drones são a escolha certa para você!
Analise a saúde do plantio e aumente a produtividade
É importante frisar que a Agricultura de Precisão não se limita apenas à redução de custos, mas também ao aumento da produtividade agrícola. Em um primeiro momento, o resultado esperado é a redução de custos; em segundo, é o aumento da produção agrícola.
Por isso, a tecnologia está tão presente nos processos chamados “agricultura 4.0”: alia a análise de dados, maquinário com Inteligência Artificial e inovações em biotecnologia.
A fim de aumentar a produtividade das culturas, podemos citar alguns recursos já bastante utilizados pelos produtores:
- dispositivos inseridos no solo (geralmente sensores) que garantem um raio-X completo da topologia do terreno, trazendo dados sobre resistência, temperatura e umidade;
- drones para captar imagens e fornecer informações fundamentais ao produtor;
- tratores, adubadoras, colhedoras de café ou pulverizadores guiados por geolocalização e controlados remotamente por meio de software.
- utilizar a telemetria ajuda analisar a performance das máquinas ou se sua velocidade e marcha estão corretas, o que representa queda no consumo de combustível.
Conclusão
Se podemos falar algo com toda certeza é que a Agricultura de Precisão oferece uma visão 360° da lavoura. Não apenas a redução de custos e aumento de produtividade importam, assim como também o impacto que a colheita vai gerar na sustentabilidade.
Vivemos em um mundo que está cada vez mais preocupado com políticas ESG e, dentro do agronegócio, a política verde precisa estar cada dia mais forte. Afinal, a terra e o clima são fatores fundamentais para qualquer boa safra, para além do auxílio que a AP, junto dos drones, possa propor.
Gostou de saber sobre a Agricultura de Precisão? Confira mais conteúdos no nosso blog!