Safra vem, safra vai e as plantas daninhas continuam sendo um dos maiores causadores de perdas de produtividade na lavoura. O seu manejo exige dedicação, afinal, elas são capazes de inviabilizar uma produção por completo.
A boa notícia é que o avanço tecnológico no campo trouxe consigo novas soluções para lidar com as plantas daninhas. O manejo integrado com o uso de drones se mostrou uma alternativa viável e eficaz para produtores de diferentes culturas.
Neste artigo, vamos abordar tudo o que você precisa saber sobre drones no controle de plantas daninhas, desde as suas vantagens até como utilizar essa ferramenta na prática.
A importância do controle de plantas daninhas
O controle de plantas daninhas é fundamental para que as culturas agrícolas possam se desenvolver de forma adequada. Afinal, se as ervas tiverem oportunidade, elas podem tomar conta da terra e competir com as culturas agrícolas pelo solo, água e nutrientes.
E você já consegue imaginar o tamanho do prejuízo, não é mesmo? Segundo a Embrapa, em casos graves onde não é feito o manejo de plantas daninhas, as perdas podem chegar a 90% da produção total da área.
Em média, na produção de grãos, essa porcentagem é de 15%. Estudos apontam que na cana-de-açúcar, uma das principais culturas do país, o investimento no combate de daninhas na cana-planta chega a 4% da operação do plantio, com altos riscos para a produtividade do canavial em caso de negligência no manejo.
Levando em consideração este contexto, o uso de drones tem se mostrado uma alternativa ágil e eficaz para auxiliar o controle de ervas daninhas. Afinal, eles possibilitam a identificação e mapeamento de plantas daninhas através de mapas de alta resolução.
Para além da identificação e monitoramento destas plantas infestantes, os mapas de drone também podem ser utilizados para mapear o volume de defensivos necessários em cada área do plantio.
Para resumir, estes são os principais motivos para realizar o controle de ervas daninhas:
- Evitar perdas na lavoura
- Evitar sobrevivência de pragas e doenças
- Otimizar a colheita
- Impedir o aumento da infestação
- Aumentar a produtividade
Quais são métodos tradicionais de controle de daninhas?
O controle de plantas daninhas pode ser feito de uma série de formas, a maioria delas práticas e simples. Os métodos tradicionais de controle de daninhas incluem controle preventivo, cultural, controle físico, químico e mecânico. Entenda mais sobre cada um deles:
Controle Preventivo
O controle preventivo é uma das medidas mais econômicas que o produtor pode tomar para reduzir o impacto gerado pelas plantas infestantes. Ele consiste em tarefas rotineiras e mais manuais como:
- Limpeza completa de maquinário e implementos;
- Uso de sementes certificadas.
Essas ações garantem a redução da entrada de ervas daninhas na lavoura e impedem que elas se proliferem.
Controle Cultural
Assim como o controle preventivo, o cultural também atua na prevenção do surgimento de plantas daninhas na área de cultivo. As medidas adotadas nesta técnica consistem em:
- Escolher espécies que sejam adaptadas à região e estação do ano;
- Espaçamento entre as plantas;
- Rotação de culturas.
Controle Físico
Já o controle físico é utilizado quando as plantas infestantes já alastraram pela área de cultivo. Assim como o nome sugere, nesta técnica são empregados o uso de calor e/ou inundação.
Através do fogo ou da técnica de solarização a temperatura do solo aumenta, causando a morte do embrião da erva daninha. Por outro lado, na inundação são utilizadas lâminas de água em espaços abertos.
Controle Químico
O controle químico é feito com o uso de herbicidas. E para que ele seja utilizado de forma inteligente e eficaz é necessário saber o momento correto de aplicação, a quantidade de herbicidas e número de aplicações.
Graças a ajuda de drones é possível identificar as áreas que precisam de mais defensivos, evitando sobrecarga do plantio e gerando economia de insumos.
Controle Mecânico
O controle mecânico é uma das técnicas mais tradicionais mencionadas até agora. Ela consiste no arranquio manual ou de ferramentas como enxadas e cultivadores.
Atualmente esta técnica permanece mais comum em pequenas propriedades, onde a tecnologia e maquinários são reduzidos.
Qual o melhor método de controle de plantas daninhas?
Não existe uma resposta definitiva para essa pergunta. O melhor método de controle de plantas daninhas depende diretamente das necessidades da plantação e do seu orçamento. Inclusive é muito comum que as técnicas sejam utilizadas em conjunto, afinal uma potencializa a outra.
Por exemplo, é possível utilizar controle preventivo e cultural para a prevenção do surgimento de ervas daninhas. Já os outros métodos são aplicados quando as plantas indesejadas já tomaram a área de cultivo.
Claro que o uso de tecnologias pode facilitar e muito a implementação destas técnicas.Esse é o caso dos drones e da agricultura de precisão, que vem sendo utilizado cada vez mais na identificação de plantas daninhas e na criação de mapas de aplicação de defensivos.
O que fica muito claro, é que o controle de ervas daninhas é imprescindível para manter a saúde e equilíbrio de qualquer lavoura. Com as técnicas certas, é possível alcançar os melhores resultados com agilidade e eficácia.
Vantagens do uso de drones
As vantagens do uso de drones no controle de plantas daninhas são inegáveis. Essa tecnologia permite que os agricultores façam o monitoramento do local de forma precisa e ágil, oferecendo insights sobre o plantio, a propagação de ervas daninhas e muito mais.
Além disso, com o uso de multirotores, os agricultores conseguem agilizar o processo de controle das plantas daninhas por meio da detecção rápida e precisa de áreas infestadas.
Mas se engana que os drones entregam apenas velocidade. Com eles é possível obter uma economia considerável de insumos, podendo chegar em até 50% no plantio de soja, por exemplo.
São inúmeras as vantagens de implementar drones no controle de ervas daninhas, confira mais algumas:
- Economia de herbicidas
- Muito mais precisão
- Mais velocidade
- Automatização do mapeamento e reconhecimento do plantio
- Otimização das técnicas de controle
Aliás, todas essas vantagens estão diretamente relacionadas à agricultura 4.0 – um novo modelo de negócio e uma nova perspectiva sobre a lavoura- que trouxe a análise de dados e o big data para o campo.
Como usar drones no controle de plantas daninhas?
Os drones apresentam alta capacidade de trabalho, identificação e mapeamento dos focos de infestação de daninhas. Utilizando imagens aéreas feitas com drone, já georreferenciadas, é possível gerar mapas da área e transformá-los em “manuais” de aplicação de herbicidas.
Para áreas muito grandes e pequenas, a lógica é a mesma – basta sobrevoar o local realizando um voo de mapeamento, para depois gerar as análises.
Drones profissionais como o DJI Mavic Air 2S, conseguem mapear 60 hectares por bateria, em média 25 minutos.
Pense no ganho de tempo e na maior assertividade quando o monitoramento com drones é comparado com uma identificação convencional de plantas daninhas via amostragem.
A diferença é gritante.
Ao utilizar drones para identificar plantas daninhas, você terá:
- uma visão completa da área de interesse;
- dados georreferenciados para conferência em campo;
- ganho significativo no tempo de execução da tarefa;
- resultados integráveis a maquinários e pulverizadores das principais marcas do mercado.
Como ocorre o mapeamento com drones?
O mapeamento com drones respeita etapas bem definidas: a construção do plano de voo, a execução do voo, o processamento das imagens e as análises pós-processamento.
Com o objetivo em mente, neste caso identificar plantas daninhas, é feito o plano de voo em um aplicativo específico, como o Drone Harmony, respeitando os parâmetros necessários de altitude, sobreposição entre imagens e de bordas da área de interesse.
Depois, em campo, é executado o plano de voo, com o drone sobrevoando e fotografando a área de interesse automaticamente.
A próxima etapa consiste em transformar as imagens em um mapa, o ortomosaico. Nele, as distorções de perspectiva são corrigidas e os dados de posicionamento cruzados, gerando um mapa totalmente georreferenciado.
Para essa etapa é utilizado um software específico ou uma plataforma de processamento de imagens de drones em nuvem como a Mappa, que faz o processamento de maneira automática.
Por fim, é feita a análise de acordo com o objetivo inicial: são aplicados filtros e executados algoritmos específicos em busca das plantas daninhas do local.
A partir dessa identificação são gerados mapas vetorizados integráveis a pulverizadores com computador de bordo e piloto automático. Assim é feita a aplicação em taxa variável, técnica que direciona os insumos para as áreas de maior necessidade, gerando grande economia na aplicação.
Conclusão
E aí, bastante informação.nova não é? Agora que você já sabe tudo o que precisa sobre o controle de daninhas com drones, já pode avaliar como implementar essa nova tecnologia em sua lavoura.
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