Com o ingresso da tecnologia no campo, a plantação de cana-de-açúcar no Brasil vem sendo automatizada cada vez mais e atingindo um novo patamar de produtividade.
Especialmente nesta cultura, a análise de restituição de linhas e verificação de falhas de plantio é uma excelente maneira de trabalhar no seu manejo – não por acaso, essa análise é campeã de solicitações na plataforma Mappa.
Neste post, explicaremos como funciona a análise de linhas e falhas de plantio e por qual motivo ela é importante para a plantação de cana-de-açúcar.
A cana-de-açúcar no Brasil
Segundo dados emitidos pelo Conselho Nacional de Abastecimento (Conab), ao compararmos a safra 2018/19 e 2019/20, a área total de cana-de-açúcar plantada no Brasil recuou 1,3%, pouco mais de 100 mil hectares.
Essa redução, no entanto, é contraposta pelo aumento da produtividade por hectare no mesmo período, que cresceu cerca de 3,5 mil kg por hectare plantado, o que representa um crescimento de aproximadamente 5%.
O que isso significa?
Que o plantio de cana-de-açúcar no Brasil está sendo mais bem aproveitado, sendo mais produtivo apesar da menor área plantada. Muito disso se deve ao bom uso da tecnologia por parte dos profissionais do campo.
E ao falarmos de tecnologia, temos um personagem em pleno crescimento no seu uso: o drone.
É claro que os drones por si não influenciam no plantio da cana-de-açúcar, mas sim as informações geradas por este equipamento é que, de fato, impactam a cadeia produtiva.
Drones e o plantio de cana-de-açúcar
O ciclo produtivo da cana-de-açúcar, do plantio à colheita, gira em torno de 6 anos, por isso é muito importante que o produtor esteja atento ao manejo e monitore o seu plantio para não ser surpreendido na hora da colheita.
Com a restituição das linhas plantadas, que pode ser feita com drones de câmera RGB, e equipada com máquinas que dispõem de piloto automático, é possível otimizar a colheita da cana-de-açúcar ao máximo.
Mas como é feito esse monitoramento via drone?
Com voos periódicos e planejados, é possível averiguar quantos metros de falhas de plantio existem em uma área e quanto isso representa na porcentagem total da área plantada.
Munido dessas informações, o produtor e os profissionais do campo podem tomar a melhor decisão quanto ao replantio das falhas apenas ou se há necessidade de uma reforma completa do canavial.
Como funciona a restituição de linhas e verificação falhas de plantio?
Realizando uma pré-avaliação do porte do canavial, da espécie de cana plantada e do espaçamento entre as linhas, é hora de voar a área com um drone em uma missão de mapeamento.
Recomenda-se um porte de 60cm a 1,20m para o canavial ou que seja possível visualizar as entrelinhas (ante do fechamento do dossel”. Feito o mapeamento com drone, é hora de processar as imagens.
LEIA TAMBÉM – Passo a passo: como processar as imagens do seu drone
Veja no relatório abaixo como são entregues os dados da análise de linhas e falhas de plantio na cana-de-açúcar da Mappa:
No relatório de entrega vemos a extensão total da área, das linhas e das falhas, também sendo possível a classificação dessas falhas por tamanho.
Em geral, o replantio de uma falha é válido se ela tiver ao menos 3 metros de comprimento, sendo uma proporção de 3m de falha para 1m de replantio. No entanto, esse número não é uma regra absoluta, podendo variar de acordo com a propriedade.
Essa decisão deve ser tomada pelo responsável técnico pela área analisada, observada a proporção, isto porque plantas mais novas irão competir por nutrientes e luz com as plantas mais velhas, podendo sair prejudicadas e não se desenvolvendo como esperado.
Outro ponto crucial da análise de linhas é a geração de um mapa para a colheita automatizada, evitando o amassamento, pisoteio e arranquio das plantas por parte do maquinário – para isso, é preciso atingir o máximo de precisão e acurácia possíveis no mapa gerado, portanto, é obrigatório o uso de pontos de controle ou de um equipamento RTK. Menos amassamento significa mais produtividade e mais lucro!
Com o resultado em mãos, basta integrar à colheitadeira e tocar os trabalhos.
Quais fatores interferem na análise de linhas e falhas?
O mais importante é fazer uma pré-avaliação correta de acordo com os fatores que mencionamos anteriormente: porte do canavial, variedade e condições do manejo.
Depois, planejar corretamente o seu voo de mapeamento com drone:
- utilizar o GSD adequado;
- atentar para as condições climáticas ideais para voar com drone;
- respeitar a sobreposição adequada;
- utilizar pontos de controle ou GPS RTK;
Esses pontos refletirão diretamente na qualidade do ortomosaico gerado e, por consequência, impactarão também no resultado da análise de linhas e falhas.
Outro fator importante para atentar após o processamento, é a seleção do talhão que irá para análise – deve ser feita uma área de cada vez, selecionada corretamente, evitando estradas ou áreas não plantadas, pois estas irão alterar o resultado da análise.
Conclusão: monitoramento com drones potencializa a produtividade
Em um canavial de produção média de 75 toneladas por hectare, 5% são perdas. E 26% dessas perdas (ou 1,25% do total da produção) são causadas por amassamento do manejo mecanizado, portanto são 0,94 hectares são perdidas por amassamento.
Com a solução da Mappa, de restituição de linhas, o ganho considerando R$65,00/tonelada pode ser de R$63,05/ hectare. E se considerarmos que a restituição de linhas será feita apenas uma vez após o plantio, o ganho por hectare será de R$315,25/hectare, ou seja, uma economia muito relevante na soma total.
Portanto, vimos que o uso de drones para mapear a lavoura de cana-de-açúcar e analisá-la traz somente resultados positivos para o produtor:
- Com a correta medição das falhas, é possível estimar a produtividade;
- Essa informação permite aos profissionais tomar a melhor decisão quanto ao replantio das falhas ou pela reforma completa da área;
- Automatizar a colheita com mapas georreferenciados evita amassamento durante o tráfego dentro do canavial;
- Gera considerável economia para o produtor.